Crise dos 3 meses: o que acontece com o bebê?
A crise dos 3 meses do bebê pode assustar. Entenda os sintomas, causas e como ajudar seu filho a passar por essa fase com mais segurança e calma.
Michele A.
5/19/2025
Se você tem um bebê com cerca de três meses e sente que as coisas estão meio… doidas, você não está sozinha. Quando finalmente parecia que o caos estava se ajeitando, o bebê começa a chorar mais, dormir menos e querer colo o tempo todo. Bem-vinda à famosa (e temida) crise dos 3 meses.
Mas calma. Antes de achar que você está “estragando” o bebê ou que “fez algo errado”, respira fundo. Esse turbilhão é mais comum do que parece — e tem explicação.
O que é a crise dos 3 meses?
Sabe aquele ditado “depois da tempestade vem a calmaria”? Pois é, com os bebês parece que é o contrário: depois da calmaria inicial, vem uma pequena tempestade chamada salto de desenvolvimento — e a dos 3 meses costuma ser marcante.
Entendendo o salto de desenvolvimento
Segundo a teoria dos saltos mentais desenvolvida por Frans Plooij e Hetty Van de Rijt, autores do livro As Semanas Mágicas (The Wonder Weeks), por volta das 12 semanas de vida o bebê passa por uma mudança neurológica intensa. Ele começa a perceber o mundo de forma diferente: sons, luzes, vozes, movimentos — tudo fica mais nítido. É como se ele estivesse “baixando uma atualização” do cérebro.
Essa fase é natural, mas desconfortável. Imagine ser lançado num planeta novo, com tudo em HD, sem saber como lidar com isso. Estressante, né?
Sintomas comuns da crise dos 3 meses
Nem todos os bebês vão apresentar todos os sinais, mas aqui estão os mais comuns:
Choro mais frequente e difícil de consolar
Acordar mais vezes à noite
Lutas épicas para dormir (mesmo cansado!)
Mamar com mais frequência ou parecer “desinteressado” no peito
Irritabilidade e agitação
Querer colo e atenção o tempo todo
Às vezes, o bebê parece outro. E adivinha? Está tudo certo. Isso não é “manha”, “falta de rotina” ou “frescura”.
Por que essa fase mexe tanto com a gente?
Porque, convenhamos, você já está exausta. Talvez dormindo picado há semanas, com o emocional fragilizado, tentando equilibrar tudo com zero tempo pra você. Aí vem o bebê, que parecia estar se adaptando, e… BOOM!
Não é só o bebê que está passando por uma crise — você também. Isso se chama puerpério, e ele não tem data certa pra acabar.
Como lidar sem surtar (ou pelo menos surtar menos)
1. Entenda que vai passar (e sim, isso ajuda!)
Parece clichê, mas é real. Essa fase costuma durar entre 1 e 2 semanas. Saber disso ajuda a não cair na armadilha da culpa ou do desespero.
🧠 Dica prática: Anote o dia em que começou e monitore os padrões. Isso te dá uma sensação de controle e mostra que vai ter fim.
2. Simplifique a rotina
Não é hora de fazer mil coisas ou seguir checklists perfeitinhos. Se der, deixe a louça na pia, aceite ajuda (mesmo que não seja como você faria), diga “não” pra visitas e priorize o básico: você e o bebê.
Exemplo real: Uma mãe me relatou que passou a dormir com o bebê em segurança no sofá durante o dia só pra conseguir cochilar entre mamadas. Funcionou. Não é o ideal? Talvez. Mas foi o possível.
3. Peito a todo momento? Normal.
Na crise dos 3 meses, o bebê pode querer mamar “sem parar”. Isso pode ser pela necessidade de conforto, mas também por um ajuste natural na produção de leite.
Informação importante: Segundo a OMS (2021), é esperado que a amamentação se adapte à demanda do bebê. Oferecer o peito livremente ajuda o corpo a regular a produção.
4. Use recursos acessíveis
Sling ou pano de carregar bebê: Alivia o choro e te dá braços livres (dá pra improvisar com uma canga ou lençol).
Banho morno junto: Relaxa os dois. Se não tiver banheira, vai de chuveiro mesmo.
Música ambiente: Barulhos de útero, chuva ou batimentos cardíacos (apps gratuitos como o “Bebê+” ou “Sound Sleeper” ajudam).
CRAS ou UBS: Muitas unidades básicas de saúde têm grupos de apoio à amamentação e puericultura. Procure na sua região.
5. Cuide de você, do jeito que der
Aquela pausa pra um café, um banho demorado, ouvir um podcast engraçado enquanto o bebê dorme no colo… Tudo isso conta. Não menospreze os pequenos respiros.
O que não é normal (e merece atenção médica)
Mesmo com a crise dos 3 meses, é importante observar se algo mais grave pode estar acontecendo. Procure um pediatra se:
O bebê chora inconsolavelmente por horas todos os dias
Não ganha peso ou parece sempre sonolento
Tem febre, diarreia, vômito frequente ou sinais de desidratação
Não caia na armadilha de achar que é “frescura”. Seu instinto importa. Se algo parece errado, busque ajuda — nem que seja pra confirmar que está tudo bem.
E se eu quiser desistir?
A gente não fala disso o suficiente, mas precisa: É normal se sentir assim. Pensar que “não está dando conta” não te faz menos mãe. Te faz humana. A maternidade real é feita de altos e baixos — e tudo bem pedir ajuda.
Você não está falhando. Você está enfrentando uma fase difícil com coragem — mesmo chorando no banho ou mandando áudio pra amiga dizendo “tô no limite”.
Conclusão: essa fase não define sua maternidade
A crise dos 3 meses é intensa, sim. Mas ela não é um sinal de que seu bebê é “difícil” ou que você está “fazendo algo errado”. Ela é um marco de crescimento. E como todo crescimento, dói um pouco — nos dois lados.
Então, se hoje está puxado, respira. Faça o que der. Abrace seu bebê. Abrace a si mesma. E lembre-se: você está indo bem, mesmo quando sente que não está.
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